Saiba como se tornar uma família acolhedora em Guarapuava

O programa oferece às crianças, adolescentes e jovens um lar temporário em famílias da comunidade

09/07/2024 17h44

Inaugurada na quinta-feira (4 de julho) a nova sede do programa Família Acolhedora, um serviço que atende crianças, adolescentes e jovens de 0 a 21 anos em situação de vulnerabilidade. 

Implantado em Guarapuava em 2017, o serviço já atendeu 212 pessoas desde então. O programa oferece às crianças, adolescentes e jovens um lar temporário em famílias da comunidade, que são selecionadas, capacitadas e acompanhadas por equipes técnicas compostas por assistentes sociais e psicólogos.

O juiz Márcio Trindade Dantas, representando a juíza de direito da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Guarapuava, Carmem Zolandeck Mondin, ressaltou a importância do acolhimento familiar como alternativa preferencial ao acolhimento institucional. “A família acolhedora é fundamental para o desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes afastados de suas famílias de origem. Em vez do acolhimento institucional, a família acolhedora oferece um ambiente familiar, com amor, carinho e exemplos positivos, que contribuem para a formação de valores e para a futura construção de suas próprias famílias. Parabéns às famílias acolhedoras de Guarapuava e que este exemplo inspire outras a se juntarem a esta importante missão”, disse.

A nova sede, localizada na Rua Vicente Machado, 1015, no Centro, proporciona um espaço amplo e adequado para melhor atender as demandas das crianças e adolescentes, das famílias acolhedoras e das famílias de origem. O local conta com salas para atendimento individual e em grupo, brinquedoteca, sala de reunião e espaço externo para eventos.

A secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Rosa Aparecida Ramos Daniel, agradeceu o apoio do chefe do executivo municipal no fortalecimento da Assistência Social no último período.

“A equipe da Assistência dobrou na gestão do prefeito Celso. Nosso muito obrigado! Este novo espaço é acolhedor também para as famílias que se dedicam ao acolhimento de crianças e adolescentes. Não temos palavras para expressar nossa felicidade com este serviço”, declarou.

COMO SE TORNAR UMA FAMÍLIA ACOLHEDORA
A coordenadora do Serviço, Regiane Lopes, explicou como funciona o processo de acolhimento. “Para se tornar uma família acolhedora, é preciso ter mais de 21 anos, residir no município há pelo menos um ano, não ter nenhum histórico de uso de substâncias na família, apresentar laudos de saúde mental e física, comprovar renda e ter todos os membros da família cientes e de acordo com o acolhimento.”

Após a habilitação, a família pode escolher o perfil da criança ou adolescente a ser acolhido, optando por bebês, crianças, adolescentes ou grupos de irmãos, e também se prefere meninos ou meninas.

“Atualmente, temos 27 famílias habilitadas, 24 delas acolhendo um total de 31 crianças e adolescentes. O acolhimento familiar é uma medida extrema, mas que permite atender a criança e o adolescente em sua individualidade, nas áreas da educação, saúde e lazer. Buscamos garantir que a criança acolhida seja inserida na comunidade sem ser estigmatizada, minimizando os danos causados pelo afastamento da família de origem. Nossas famílias acolhedoras são pontes entre a família de origem e a família adotiva, sempre buscando o retorno da criança para sua família de origem ou, se necessário, o encaminhamento para adoção”, completou Regiane.

O programa oferece supervisão 24 horas por psicólogos e assistentes sociais, plantão via WhatsApp e visitas semanais monitoradas.

O EXEMPLO DE ADMAR E BERNADETE 
Admar Fabiane e Maria Bernardete são um casal que há 10 anos transforma a vida de crianças através do acolhimento familiar. Para eles, acolher é um ato de amor ao próximo e uma forma de colocar a fé em prática.

“É uma alegria imensa ver que o projeto começou lá atrás e continua sendo tão bem cuidado e aprimorado”, destaca Admar.

Para Bernardete, a motivação para acolher vem de Deus e do amor ao próximo. “Uma fé sem obras é morta”, diz ela. “É preciso fazer algo. E o que encontramos para fazer o bem é acolher os pequeninos que não têm uma família para chamar de sua.”

O casal já acolheu crianças de diversas idades, inclusive grupos de irmãos, mas atualmente optou por acolher bebês porque, segundo Bernardete, o filho deles sofre muito quando as crianças maiores vão embora.

“Eu sempre divulgo o acolhimento familiar por onde passo, mas sinto que ainda somos poucos em Guarapuava, apenas 27 famílias. É um trabalho tão lindo que precisa ser divulgado”, conta Bernardete.

Admar incentiva outras famílias a abrirem seus corações para o acolhimento: “Não tenham medo. Desafios todos nós enfrentamos na vida. No início pode parecer algo fora do comum, mas quando você entrega a Deus, lembrando que Jesus disse ‘deixem vir a mim as criancinhas’, o bem que você faz a uma criança se torna um ato de amor ao próprio Cristo.”

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